Deixe-me aqui, neste canto desafinado
É uma esquina rouca, quase muda
Mas nunca sai deste canto
Ainda que eles tapem os ouvidos
Esqueça-me aqui, neste canto desentoado
É uma aresta fria, quase um gelo
Mas nada agasalha o meu canto
Nem mesmo eles, tão frios
Largue-me aqui, neste canto sem sorte
É uma quina sem ganhador, quase um gasto
Mas este é meu único canto
Ainda que eles tentem me calar
Abandone-me aqui, neste canto malsoante
É um vértice faminto, quase uma cratera
Mas, neste canto eu espero
Que um dia eles me ouçam, em breve ou semibreve
É uma esquina rouca, quase muda
Mas nunca sai deste canto
Ainda que eles tapem os ouvidos
Esqueça-me aqui, neste canto desentoado
É uma aresta fria, quase um gelo
Mas nada agasalha o meu canto
Nem mesmo eles, tão frios
Largue-me aqui, neste canto sem sorte
É uma quina sem ganhador, quase um gasto
Mas este é meu único canto
Ainda que eles tentem me calar
Abandone-me aqui, neste canto malsoante
É um vértice faminto, quase uma cratera
Mas, neste canto eu espero
Que um dia eles me ouçam, em breve ou semibreve
Poema: Flávio Leite
Desenho: Wesley Rodrigues
Desenho: Wesley Rodrigues
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